Luiz Maurício Bentim da Rocha Menezes*
Resumo:
O anel de Gyges é um artefato mágico que permite àquele que o usar ficar invisível ou visível de acordo com sua vontade. O anel faz parte do desafio da justiça feito por Gláucon a Sócrates na República de Platão. Segundo ele, aquele que usasse o anel agiria conforme o seu desejo sem se importar com a injustiça de seus atos. A mão invisível é um conceito encontrado dentro da Riqueza das Nações de Adam Smith e que se popularizou na economia política para caracterizar a autorregulação do mercado. Segundo se defende, os interesses privados dos indivíduos proporcionam benefícios públicos e regulariam as relações interpessoais, de maneira que a sociedade tenda para uma harmonia social e, assim, se negue a existência de qualquer conflito entre classes. Este conceito se popularizou nas políticas neoliberais realizadas no mundo em defesa de uma diminuição da influência do governo na economia, deixando que o mercado possa se regular naturalmente. O intuito deste trabalho é utilizar a metáfora da invisibilidade para demonstrar que a regulação invisível do mercado é um mito e que o indivíduo quando é livre para agir como quiser irá buscar benefícios que, na maioria das vezes, não irá proporcionar ganhos coletivos.
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