A mentalidade colonial em liquidação”: Guerreiro Ramos e a temática nacionalista nos anos 1950 -1960.

Elisabeth Juliska Rago*

Alberto Guerreiro Ramos. 1915-1982

Resumo

O artigo contextualiza o momento em que nasce a ideologia nacional-desenvolvimentista no Brasil, nos anos 1950 e 1960. Um grupo de intelectuais enfrentou o desafio de interpretar o Brasil à luz da “fase” de desenvolvimento industrial, condição de superação do subdesenvolvi-mento, da mentalidade colonial, da dependência e da pobreza. Dentre os pensadores que participaram da elaboração da ideologia nacional-desenvolvimentista, destaca-se a figura de Alberto Guerreiro Ramos como formulador de uma sociologia nacional, entendida como sendo um “saber de salvação.”

Seguir leyendo «A mentalidade colonial em liquidação”: Guerreiro Ramos e a temática nacionalista nos anos 1950 -1960.»

A invisibilidade perdida: o anel de Gyges como metáfora neoliberal

Luiz Maurício Bentim da Rocha Menezes*

Resumo:

O anel de Gyges é um artefato mágico que permite àquele que o usar ficar invisível ou visível de acordo com sua vontade. O anel faz parte do desafio da justiça feito por Gláucon a Sócrates na República de Platão. Segundo ele, aquele que usasse o anel agiria conforme o seu desejo sem se importar com a injustiça de seus atos. A mão invisível é um conceito encontrado dentro da Riqueza das Nações de Adam Smith e que se popularizou na economia política para caracterizar a autorregulação do mercado. Segundo se defende, os interesses privados dos indivíduos proporcionam benefícios públicos e regulariam as relações interpessoais, de maneira que a sociedade tenda para uma harmonia social e, assim, se negue a existência de qualquer conflito entre classes. Este conceito se popularizou nas políticas neoliberais realizadas no mundo em defesa de uma diminuição da influência do governo na economia, deixando que o mercado possa se regular naturalmente. O intuito deste trabalho é utilizar a metáfora da invisibilidade para demonstrar que a regulação invisível do mercado é um mito e que o indivíduo quando é livre para agir como quiser irá buscar benefícios que, na maioria das vezes, não irá proporcionar ganhos coletivos.

Seguir leyendo «A invisibilidade perdida: o anel de Gyges como metáfora neoliberal»

Polifonias do patrimônio cultural: apropriações do espaço urbano em Passagem de Mariana (MG)

Juno Alexandre Vieira Carneiro[1]

“Um lugar pode ser importante para uma comunidade por ser referência de seu dia a dia(…) podem significar novas descobertas, novos patrimônios que merecem ser cuidados”[2].

.

“Todo espaço que possibilite e estimule, positivamente, o desenvolvimento e as experiências do viver, do conviver, do pensar e do agir conseqüente, é um espaço educativo. Portanto, qualquer espaço pode se tornar um espaço educativo, desde que um grupo de pessoas dele se aproprie, dando-lhe esse caráter positivo, tirando-lhe o caráter negativo da passividade e transformando-o num instrumento ativo e dinâmico da ação de seus participantes, mesmo que seja para usá-lo como exemplo crítico de uma realidade que deveria ser outra”[3]

Resumo

Discute-se os resultados de uma experiência de Educação Patrimonial com alunos do ensino fundamental da rede municipal por meio da apropriação do espaço urbano do distrito de Passagem de Mariana (MG). A atividade, realizada nas dependências do Museu da Música de Mariana (MG) teve como objetivo estimular a percepção do patrimônio cultural utilizando os sons cotidianos do meio urbano, – tomando o centro histórico da cidade como ponto de partida a busca dos lugares não consagrados pelas políticas oficiais de preservação patrimonial. As evidências demonstraram a efetividade de outras leituras possíveis do urbano, a partir dos lugares de sociabilidades nos quais os alunos constroem experiências pessoais e coletivas.

Seguir leyendo «Polifonias do patrimônio cultural: apropriações do espaço urbano em Passagem de Mariana (MG)»